06/12/2008

antigo perfil de orkut

fui o garoto simpatia do meu colégio
tenho medo de machado de assis
chorei quando a nazaré morreu
chorei com a música "sometimes salvation" do black crowes
tenho bunda de pagodeiro
bela lugosi's dead
I'm dead undead I'm dead
sou militante
sou solteiro
profissão: vagabundo

vâmo?

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02/11/2008

transgenesis

Muito embora a treta soasse primaveril, seria difícil transferir gestão daquele frugal pseudofurto.
Eram 3 ou mais contas de luz e água atrasadas, 3 ou mais páginas de sombra pra disfarçar nada tímidas relações de tempo.
Nítida e estatística geometria foi transferindo picuinhas e tentativas de polução, estimuladas pelo idoso blush, em harmonia à noite - mais condizente com prosperidade de KY-33 no trígono das Perseidas.
À altura do clima de saia justa -televisionado pelas fendas lobistas da apuração final de nanosalmos-, relâmpagos e trovões da profecia não alteram o humor paralítico da fisionomia: toda de branco -dublando o fim de mais um beijo em Todomundo-, em tules, florzinhas, tafetás, mosquiteiros e tiara de conchas sobre a volumosa peruca de Clara Nunes.

A despistar crise ao mesmo tempo em que camuflava não só o segredo do novo ciclo, como também os euros, debaixo do picumã, deixando de expiar como louca assim que, incitada, a caravana da Crackolândia distrai olhares furtivos do Silvio Santos sobre o peito tatuado; portentosa, Penelope Jolie aproveita pra desmocosar o dinheiro e passá-lo ao calouro contíguo, Todomundo (travestido de Roy Batty). Tudo que câmeras captam é o 3° turno do acerto de contas:

__ Quando usted vai pagar o aluguel do unicórnio?
__ Assim que vosmecê deixar de manter a tradição de emprestá-lo pro voo imaturo dos teus ebós transgênicos. Não vou ficar custeando as peripécias do teu edi.
__ Roy, el pegáseo inferno está confundindo sua cabeça; até agora, pelo que jo sei, apenas suos pés saum alados.
__ Cadê a tristeza?
__ Mixqueci na espaçonave!

O 3° candidato já ia reivindicar o n° de ciganomania quando o casal retira-se correndo e translorixando baile até os bastidores.
O pré-programado pulso do novo ciclo palpita nas últimas bocas de urna de igrejas.
Desesperada pela demora da bunda e culotes, Jussarinha da Beijaflor bate cabelo sobre olhos lápide, para que a tumular cabeça abduza menos dor na contagem regressiva pra KY-33.
No estacionamento do estúdio, comadres codificavam correlação de forças da audiência laranja.
Em braile fluidez, é desaquendada alfazemada condução pra Todomundo, que cerca de 3 horas mais tarde volta do câmbio negreiro e, por sorte, calça com Penelope Jolie zíngaras pernas da corrente até a nave.
Reabilitada, sem chuca é uó - dizia Piu Piu, travestida de Maria Antonieta - mas o papo é reto e ela reitera Penelope Jolie da urgência urânica dos ovários.
Sem resultado emocional, Piu Piu coloca pra tocar uma música evangélica - o que acaba, com titânica eficácia, fazendo brotar lágrimas fosforescentes pra decolagem. Todomundo entra no embalo e batiza a primeira cédula chinesa.
Deixando de tirar cascas de feijão e milho dos dentes, Raquel Munhóz, de Chacrinha, reúne o 3° grau da melancolia dentro do cálice vermelho de cemitério.
Piu Piu dá por encerrada a trilha de Mara Maravilha, mas engarrafamentos atravancam o canto das 3 raças. Era preciso que a ronda do império aliban cruzasse com 3 graças, germinando patrulha em cão menor, pois as últimas odaras operadas mal abrem olhos da voz e cantos rosnam de raiva por não receberem flyer pra buatchy sagrada.
Apadrinhamento cósmico fermenta: idéias dentro do útero simbolista pedem que Todomundo intua alerta vermelho pro fim das carreiras...

Já por dentro do esquema, extasiada, Piu Piu decide conferir cheiro de autenticidade no passaporte / Raquel Munhóz chupa bala e oferece boca a necas indigentes de hercúleos e dionisíacos transeuntes / Penelope Jolie esteriliza as seringas.

***jurisdição de altercredos***

Globinho de espelhos convexos discoteorizando: voltam a circular espinhos de luz. Perto do pico da neblina de Andrômeda, o arco íris de fósforo abraça primeira fronteira (fantasma) da (opulenta) apoteose.
Na entrada --área de alto risco--, perigo. Esqueletos eletrificam-se, contagiados por estranha alegria. A suingada escoliose não dá ouvidos às serpes espiãs: parte-se o portal de costelas. Numa tréplica de falsete 7% tabajara, miss Jolie alonga, estala e massageia guardiões da alfândega, voltando do mato com o leite condensado, como tira-gosto. Na superfície de correspondências a segunda refeição do salvador, galëre!
Todomundo planta dinheiro já carimbado pelas lágrimas no esterco da bacia tiranossáurica, Jussarinha da Beijaflor cumprimenta comparsas com abraço alfa e testa a potência dos microfones atmosféricos.

Alô alô marciano, aqui quem fala é da terra.

Cof, coff. 9% apático Todomundo liga amplificadores do satélite.

Hahahaha!
(por cima)

O reality show convalescença trava conversa com vicissitude de agulhas, perto da calcinha.
Ai ai ai, oh! Obstruindo encruzilhada: opera-se o pré-milagre!!! Mal quadris avolumam a seda preta e vermelha, KY-33 entra no greatest eclypse e Jussarinha empunha violão e rebola, frenética.

Doce e muy tocada, Raquel Munhóz leva o silicone excedente pra dentro da nave.

Piu Piu solta a pomba branca.

Atenta aos capciosos conselhos finais do novo ciclo, oh vida! como esperado, a admirável boneca nova reverencia conjuntura transcendental e bate cabeça na esquina das correspondências, truncando destinatária semântica.
O raio azul leitoso finalmente remete prestígio, batendo a mil na cúpula.

3D: transmissão começa: meio tonta, Jussarinha canta e toca Whole Lotta Love.
Fumando charuto, Penelope Jolie tenta uma última vez:

__ Usted mi perdôua Todomundo?
__ A fiadora desse perdão deveria ser vosmecê...
__ Yeah...
__ Aqui está a chave...

Todomundo lhe dá cálice vermelho de cemitério, ela se aproxima da pia e despeja o conteúdo na rósea e tesa boca do robozinho.

19/10/2008

sofrimento comercial

Conheço Gustavo Tovo de Porto Alegre - nossa cidade natal. Nada como aqueles loucos tempos de Osvaldo Aranha, Bambu´s, bar João rsrs... Me lembro dele uma vez na passeata contra o aumento das passagens, exibindo uma de suas pinturas. Tinha momentos que eu parava, do nada, e ficava observando ele, que me intrigava - um verdadeiro artista. Agora ele tá no Rio... (nota 02/07/09: já voltou pra Sampa) curtindo a cidade maravilhosa...


Bom, aqui vai uma pequena intransvista com essa figura...
(A respeito do título: o mesmo que encabeçou uma resenha de sua obra, que eu escrevi para o Centro Cultural São Paulo.)
#2 motherfuckers!

transanonymous
- seus trabalhos emanam uma violência, uma brutalidade. original... vc se preocupa em seguir alguma vertente artística?. qual a. importância e influência de outros pintores e/ou fatores exteriores em suas obra?
Tovo - Nunca pensei em associações entre as obras q faço com o trabalho dos outros, embora receba influências elas são recebidas de uma forma mais subconsciente, sempre acabo pegando alguma coisa de artistas q admiro, embora essa coisa de mídia e geração de imagens de um mundo perfeito - mas q é soh de fachada e esconde toda uma podridão da humanidade - seja a minha principal referência. Uma síndrome de underground tb permeia a minha vida, mas isso jah eh outra estória! De qualquer forma diria q essa "violência" e " brutalidade" seria como a minha fachada, não de pessoa mas de artista!

transanonymous - e o q estaria atrás dessa fachada?
Tovo - atrás dessa fachada estaria o q eu sou de verdade ou o q eu acho q sou, isso eh soh uma questão de aparências, e eu decidi - em vez de tentar parecer com algo melhor - tentar algo pior do q eu sou. Fiz recentemente umas fotos similares as q eu usava, (algo semelhante a um editorial de moda), dou méritos ao Gabriel (Gabriel Greghi, um amigo e colega de curso que faz tudo como eu...) pelo resultado e pretendo fazer o msm q fazia com as fotos das modelos. Fora isso ainda deve haver muitos fragmentos e vestígios da minha personalidade, estilizados e formando ícones, como se pode perceber ao longo dos meus trabalhos.

transanonymous - como vc descreveria sua personalidade?
Tovo - Deixaria q alguém descrevesse !. =D

transanonymous- ah cara pára com isso, sou teu amigo e tenho idéia de como você. é!... vejo isso refletir na sua obra... sua originalidade consiste em valorizar. movimentos de corpos e/ou caricaturas ora mutilados, ora amontoados... nos. desenhos sobrepostos sobre celebridades tenho a ideia de que tu tá deturpando um. status "do que é certo" que escolheu surgir pela fama... a obsessão que as. pessoas. têm em valorizar mais a aparências do que uma realidade que às vezes. pode. ser. inadequada, tou certo?
Tovo - Está bem, embora eu não seja soh isso... sei lá comecei a fazer elas quando estava numa fase paupérrima e não tinha papéis de qualidade... gosto muito de desenhar em materiais q não aborvam a tinta como o couchê, pois o fato deles jah terem uma fotografia impressa foi um mero detalhe; daí vejo banners, cartazes e outdoors nas ruas com uma visão totalmente artificial do mundo e da realidade, não acho q vida seja isso e por isso surgem as criaturas q muitas pessoas consideram bizarras ou como eu gosto de chamá-las impróprias para "pessoas não esclarecidas da arte"! Lembro-me de uma vez quando fui pleitear uma exposição na assembeia gaúcha e a secretária encarregada para análise me perguntou se eu queria expor as minhas obras ali aonde circulava gente? Q seria muito forte para as pessoas passarem e se depararem com um quadro meu, estranho eh q, pra mim, tirando a beleza plástica, não há nada de mais nas minhas pinturas. "Técnica e capricho" - assim eu defino meu trabalho, o resto são ações do subconsciente, muita coisa muda entre a ideia original e o trabalho finalizado...

transanonymous - suas noções de estética partem do princípio de que a beleza. está na feiura e esta seria consequência de alguma produção exterior que vc. condena?.
Tovo - A beleza se encontra nas cores, são as cores q atraem as pessoas, a deformação surge apartir de um exagero da beleza onde ela não pode mais se sustentar, o fato de q sou privado e de me sustentar da minha arte no momento tb influi nisso. Outras particularidades tb!.


transanonymous - amigo valeu pelas respostas!!! aí vai a próxima pergunta... a entrevista tá pequena ainda... como tem sido sua vida ultimamente?
Tovo - Ah legal... bom q perguntou, minha vida tem sido cheia de altos e baixos, posso lhe dizer q sempre q eu penso estar em uma situação estável vem a vida e me puxa o tapete, hj não estou me sentindo bem, tlvz até msm volte a me sentir depressivo, embora ontem eu tenha tido um dos dias mais legais desde q cheguei aqui [em São Paulo]. Não me considero aceito pela sociedade, sou frequentemente rotulado de algo monstruoso embora eu nunca tenha feito nada, apenas vejo grande parte das pessoas como algo podre, justamente o q elas gostariam de esconder, tlvz esse seja o meu crime e isso me faz e sempre me fez não ser aceito por coisa alguma. "∉ " símbolo matemático para não pertence ou não está contido, acho q isso q sou, minha vida eh insustentável em relação aos outros, qualquer coisa q se aproxima da aceitação é uma farsa. Esse foi meu momento deprê. Quando estiver me sentindo alegre lhe escrevo sobre as coisas boas da vida!

transanonymous - essa tua última resposta foi inesperada pra mim... ou... sei. lá... não é sempre que alguém gosta de falar que a vida não está boa assim, abertamente. existe algo que vc precisa que eu poderia fazer?. a gente poderia. conversar mais sobre as coisas boas da vida... olha só! aquele fio do celular não. consegui ver qual é que era... pode me ajudar qualquer hora?. qual o valor que tu. dá pra amizade?. esse ainda é um valor?. abração!!!.
Tovo - Ah não sei, minha vida como eu disse eh feita de altos e baixos, posso me sentir bem tendo uma bosta de vida ou mau ao contrário, acho q preciso de estabilidade, mas instavelmente tudo se ajeita, quando eu tiver certeza q as coisas boas da vida SÃO REALMENTE BOAS conversamos, ok?. Pior q comprei um celular novo e realmente tem uns troços de bloqueio para salvar imagens ou algo do tipo, mas podemos ver isso qualquer dia. O valor de uma amizade eh outra amizade, enquanto eu terei a tua terá a minha e as coisas ficam por aqui! grande abraço!


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01/10/2008

transcendência afogada

Oficialmente, os 4 elementos fundamentais da natureza são fogo, terra, ar e água. Cada um tem sua função, grau de adaptação, combinação; juntos - nos estados sólido, líquido e gasoso (sem falar do plasma e da hipótese einsteiniana da luz) - eles tentam sobreviver no mundo, depois que a raça humana subjugou-os de tal forma que se tornou vítima de suas criações.
Agora imagine que vivemos em algum lugar, primórdio de planeta onde essas matérias ainda não se misturaram muito, como num urbanismo primitivo, hibridez flutuante... Idéias esparramam-se sem futura evolução em vista, pelo prazer no significado que engrandece uma narrativa que é o próprio processo, parte crítica de si mesma e que não prejudica o trabalho do todo, mesmo que ela chame-lhe de OUTRO - conquanto não seja tão boazinha com ele não -. Ambos confundem-se na contribuição para algo mais elevado do que discreto individualismo, atento à cromoterapia de amorfo e antigo princípio, meio marginal, regendo a história da existência.
A consciência meio sartreana de si mesma, não chegando à náusea do existencialismo, mas como que fixada na solidão – no bom sentido que esta pode construir às custas de logopéico tato às under-verdades, subterrâneas leis -, torna-se inflexível, mais importante e reveladora do que avanço tecnológico.
.Ciência, política e religião ainda não coligaram-se a intelecto capaz de exceder em qualidade e quantidade ético-verbal a metalinguística de si mesmo, disso advém o retorno ao aforismo socrático “conhece-te a ti mesmo”.
Gerando teatralidade de intransigência biográfica, dizem que a verdadeira façanha do poeta é analisar - non-stop, inviolável, como réptil, talvez um jabuti - a superfície como mero museu primitivo do homem, sempre retornando aos passos bem estudados de longa carreira, encarapuçada pela memória.
Revestido de trato contemporâneo, tal retorno seria denotado por um anfíbio que decide voltar a ser peixe, pelo fato de não reconhecer-se na superfície, não como parte daquele todo que ajudou a articular.
O desejo do pensamento humano então criou Deus para resguardar vida após a morte, o Paraíso. Comumente associado ao céu, aqui ele figura como Mar. Porém, em fase de ininterrupto e paradoxal crescimento, enquanto o EU lírico desce às profundezas do reino subjetivo, o corpo, idiotizado, segue contrário ao encanto dos cativos hipocampos de Netuno a despistar horizontalidade de relações, criando aviões, naves espaciais, eis o conflito atual da humanidade, o mergulho às avessas: qual a verdadeira saída depois do encontro com nós mesmos?.
Não é de hoje que a água vem sendo explorada na poesia, elemento tido como negativo e/ou feminino pela astrologia, baixo, que desce; sem ele não seria possível vida. Se tornando cada vez mais preciosa, água (doce), no estado líquido, também figura como respiração, vitalidade de poema bem acabado, urdido, visceral, cíclico. Talvez a previsão de um mundo sem água (ou totalmente afogado por ela...) potável esteja influenciando na reconsideração fantasiosa de sereias, filhos afogados, sushimen, aquários, águas-vivas etc [talvez isso tenha se intensificado desde o cinematográfico naufrágio de 1997 do Titanic e do clip "No Surprises" (ano idem) do Radiohead - (como se artistas dessa época estivessem em afogado conluio para melhor e pessoal no-returning processo de entrada no terceiro milênio)].
Em seu livro de estréia, Andréa Catrópa nos incita a acompanhar sua aventura pessoal – em atropeladas sentenças -, no que vem a ser trajeto de rarefeita linha central, debatendo-se e levando parte do concreto maior que a circunda, com ecos de fragrância trovadoresca, até o reencontro da fina condução de vogais soterradas pelas próprias tentativas de retorno à fonte. Pouco preocupada com desfechos morais, essa débil linha quer beatitude de saber-se ligada a algo, como num cordão umbilical que aos poucos faça esquecer a consciência de si mesma e do que acontece fora do útero simbólico.
As coisas começam com o laboratório intensivo de auto-conhecimento do outro. Esqueça o que foi dito até agora: Andréa desvencilha-se, de cara, de qualquer herança literária fácil. De maneira irônica, nada é o que parece tanto na disposição de seus relatos quanto no tom de versos convulsos.



ato compulsivo n° 3.008.011.974.
o prazer ilícito de partir ossos (mesmo que já um pouco.
apodrecidos pela chuva) - as pontas que cercam.
seus muros - a dor auto-infligida de abortar o outro,
colocar o outro no centro do palco que se
transfigura em arena para descarnar.a fala.



"não me reconheço".



Numa tacada só, num golpe de estômago; corajosa, Andréa se expõe sem papas na língua. Sua arrojada e lúdica poética rompe com a própria naturalidade para que possa desvendar antecedentes da mesma. E será quase sempre assim no decorrer do livro. Genial, ela descobriu uma descrição (em olhos lápide) que não precisa abstrair direção interior alheia (devidamente varrida) para gravar seu caminho.
As margens do auto-conhecimento transbordam até domínios pessoais do OUTRO como se uma esfarelada epígrafe coreografasse relação cujo tortuoso cruzamento ainda não permite-lhe conseguir e/ou poder distanciar-se a não ser que seja expondo e partindo ossos ilícitos, mesmo que já um pouco apodrecidos pela chuvachuva que, nota-se, não tem significado positivo por aqui, todavia inclusa no mesmo princípio laboratorial que aos poucos servirá de premissa ao próprio salvamento da inusitada rede, na qual por fim ela se afogará.
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"Surtei repentinamente numa manhã de sábado. os dentes trincados, mas os dedos flácidos.
Minha casa era afetuoso clichê, fora dela, o inferno. Eu estava no mundo há muito, era
urgente pegar o primeiro retorno e não olhar pela janela. erva cidreira, cobertor,. e um.
banho quente. de nada adiantariam, se eu não tirasse os óculos. mamãe ao meu lado,
fictícia e boa ouvinte, a face que me traumatizou devidamente varrida para debaixo do.
tapete. ovos quentes, gemada, fortificantes. meus achaques são típicos de uma anêmica.
acredito. tudo se resolverá assim que o doutor ministrar suas doses. tudo ficará melhor.
após uma boa noite de insônia. tudo estará acabado assim que eu me calar
." .



A onda de referências dos anos 1990 semi-metamorfoseia-se da onomástica às elaborações oníricas. De riqueza imagética que se permite, no máximo, abortos em flor, a meta-crítica da dificuldade humana auto-inflige com modernos signos caros a poetas como Rimbaud, Ana Cristina Cesar, Cacaso, Claudio Daniel... A despeito da influência que não carrega pastiche e/ou área social glamourizada, Andréa, querida, desculpa-se da condição de ensimesmada burguesa, tentando dialogar com um Brasil miserável e com paradigmas marxistas que, entre outras coisas, provocam suicídios poéticos.
Mais além, ibero-americana, enquanto ela vê sorriso oriental em cadela, musas são postas num muro de arrimo - que é o realismo psicológico neo-opressor, com velhas poéticas e poderosa encomenda semântica – até que seja atingido binômio refletor dum Janus noturno e jovem, que atiça o leitor de estética mais bem resolvida e porosa a descobrir traços de inocência que na verdade não existem no rito posto pelo sujeito posicionado na indeterminação.
Trata-se de verdadeiro mergulho, visto por todos ângulos, todos níveis, das camadas íntimas de arco-íris glossarial até mais abissal relativização, desenhada num quadro sinalizador, transitório, cerebral e (de propósito) aberto. O que seria claro-enigma restringe-se ao atual vale-tudo poético, sob ondas de sylviaplathiana indiferença.
Através da descoberta da tripolaridade do EU, a linha d´água se adapta. O rosto do afogado diferencia de que lado vem o touro/ a bomba/ e o corpo/ que aberto sobre a maca/ espera sua autópsia.
Maturação de precoce incapacidade, metaforicamente repleto com metáfora da metáfora, o processus de seu trabalho sobrevive, embora às vezes a pesca de submersa formação de personalidade lírica coincida em grau de concessão a um Caymmi a exortar apenas o aspecto manjado do elemento com o qual decidiu acasalar-se, curar-se.

Depois de enveredar-se nas imensidões do atlântico e pacífico, pode acenar-lhe adorável glacialidade ou retorno à superfície dos náufragos que por fim se salvam? Desistirá Andréa das profundezas? Criará músculos d´água para seguir fluvial rumo ao cânone de pós-moderna poeta?.
De um único fôlego que atravessa dias, afinal, a leitura de tal consistência heterogênea proporciona boas aproximações com a infância.
Foi cumprido o papel de documento de viagem, alternativa de identificação e admiração para o leitor avesso aos meios midiáticos enganadoramente transcendentais.
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Andréa Catrópa nasceu em São Paulo, em 1974. É doutoranda em Teoria Literária e coordenou a série de programas de rádio Ondas Literárias. Integra as coletâneas de poesia Antologia brasileira do início do terceiro milênio (6 dias, 6 noites, 2008), 8 femmes (2007), Vacamarela - 17 poetas brasileiros do XXI (2007). Mergulho às Avessas foi lançado esse ano pela coleção caixa preta, da Lumme. Alguns de seus poemas podem ser lidos aqui.

08/09/2008

blindness

_ Tudo depende de você.

Talvez psicocinese de naticego conduza realização dos sonhos. É noite? É dia?
Cada um por si.
Pode a realidade de uma pessoa só ser tão forte a ponto de disseminar e igualar deficiência? Para que uma comum desgraça facilite a maravilha da descoberta de que ninguém é melhor do que ninguém, pálpebras prazerosamente pesadas? Guardando a si mesma compreensão final de suas dúvidas, Julianne se esquece de São Paulo, a seus pés:

_ O futuro da América Latina é Negro.

Não concordo, não sou leitor de fan-fiction - de nada adiantariam escarnecedores apelidos pra desculpar o eremita cachorro de Glauco Mattoso, já tinham nome próprio quaisquer respostas de Julianne, e afinal o cão, presente de Silvetty Montilla, não lamberia-lhe a face apenas atrás de comida.

_ Venha comigo.

São Paulo apieda-se do cão apenas depois da morte. Quem sabe ele possa redimir-se da tara sexual por pés? Julianne, já repleta pelo mar branco, sai da sacada, tira o cão da perna de São Paulo, e aproveita para ajeitar-lhe o tapa-olho direito.
Cada um no seu quadrado.
Fim de filme é sempre assim: estarrecida, parte da platéia finge que lê créditos finais enquanto os primeiros impulsos já longe digerem uma espécie de incompreensível moral.

_ Dê ração ao cão, Alice.

Alice arrota pré-delícia calculada de ver-se novamente sob densa e sufocante névoa cinzenta. Com seus augúrios embaçados e tudo mais ela não faz questão de enxugar lágrimas e conduz o cão à cozinha. Além de Gael, seduzira outras pequenas quantias de importância expressionista, uma espécie de Eva substituta, diferente das antigas prostis que decifravam macho-líder através do cheiro da fêmea privilegiada. Sua polinização respeitara até o fim Julianne.

_ Mesmo depois da phoda con mi husband?

O casal chinês apressa-se para calar a boca de Alice, na soleira empoeirada da kitchen.
Toca belo solo de piano no andar de baixo, e Danny, digo, São Paulo solta suspiro vigilante. A estória tem que continuar, pensam todos. Após a chuva, após o Auschwitz de 1984 e sua guerra, após insistência em começar a enterrar nossos mortos. Pra quê? Pra que alimentar mistérios sedutores? Relatividades de ícones?

_ Pra idiotas como usted acreditarem.

Cale-se, enterneça-se. De nada adiantaria oferecer de novo nossas mulheres pra conquista de novos territórios. O barulho de avião corta o barato do piano, Julianne esquece das forgotten passagens bíblicas do blog.

_ O que eu coloco gente? Tudo de novo?

São Paulo levanta-se e Julianne desliga o pc, ao lado da criança. O que poderia ter sido de tudo isso? O barulho do piano volta de nova maneira, com vocal:

_ I just called
to say
I love you
I just called
to say how much I care

Faminta por novas discussões, sobre a mesa central, pirâmide com um olho dentro é removida.
Tudo vai dar certo.

_ Precisamos nos aquecer.

Todos se reúnem ao redor da fogueira, santos estão de beatitudes vendadas, Alice volta da cozinha rebolando. Alta noite de branca sujeira, de nada adiantaria agora os r$ 3.500,00 que achara num dos armários em cima da banheira.
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30/08/2008

bu...

fffelicidade nas sombras é possível?........................ jô soares já era! ............... ocorreria tudo na mais perfeita paz do luto ideal, podes crer... tanto é que a coisa foi jogada assim mesmo, yourselves deliciem-se com a lendária condutora do vale das sombras digitais, quem sabe vossa mercê n00b se torna mais um sorumbático guardião [a saber: o concurso para o cargo de (like me/ like me) guardião das moitas ainda está em aberto... inscreva-se djá] #1 motherfuckers... ................................................................................... insidiosos sentimentos & yingprensa marrom glacê/ têm o orgulho de apresentar/ essa tão aguardada intransvista (que já nasce proibida!!!) ..........................[som de trombetas do apocalipse tocando (necrosadas)] ............................................ com..................
.....Me Morte.....
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transanonymous: e aí mina, blz? pretendo postar essa intransvista no meu blog. ok? tá preparada? então vamos lá, como é de lei, uma pergunta bem manjada pra. começar... como foi seu envolvimento com a literatura? como tudo começou?. abração!!!................
Me Morte: Eu tinha cinco anos quando decidi que ia escrever um livro. Ganhei um caderninho e fui escrevendo ali histórias fantasmagóricas. Eram rabiscos, pois eu não sabia ler e escrever ainda, mas as histórias eram reais na cabeça. Meus pais perceberam e me incentivaram. Acho que foi ali que percebi que podia... Mas meus primeiros escritos mesmos foram poemas alguns anos depois. Sem qualidade alguma, mas eram importantes...
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transanonymous: então o tema sombrio é tema recorrente desde cedo... interessante isso mina... como vc descreveria esse prematuro fascínio pelo lado. negro da vida?.................
Me Morte: Eu convivi com muita morte na minha família. Mesmo antes dos cinco anos. Lembro de ter encontrado meu avô num sono diferente ainda muito criança, meu irmão em torno dos seis anos, minha vó, etc... Enquanto agente é criança a morte é natural. Não vemos um defunto com medo se ele for de alguém que se gosta. Acho que foi aí que aprendi a ver com fantasia, com criatividade. Talvez disso tenha nascido meu estilo por literatura sombria. Mas não levo essa definição a ferro e fogo, pois daí você me perguntaria: "E o estilo libidinoso"? Com certeza não foi de tanta experiência de vida no assunto, rss.....................
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transanonymous: então a respeito do teor libidinoso não tem nada em sua vida. pessoal que tenha contribuído a essa tua também interessante faceta?.
Me Morte: Não. claro que não. Meu lado libidinoso é uma questão de preferência mesmo. Eu adoro textos picantes e me sinto a vontade no estilo. Tenho facilidade em escrever um poema ou conto assim Eu sou sacana, literariamente falando. Muitos de meus contos são sacanagens contra os personagens masculinos, gosto de causar risos. Não seria diferente com sexo, que acho a coisa mais natural do mundo. O sexo saudável sem barreiras, odeio aberrações. Acho que é muito do que penso o teor de meus escritos......................
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transanonymous: voltando ao assunto morte, dizem que quanto mais cedo lidamos. com o luto melhor... você concorda? acha que a mais pura felicidade só advém da. total vivência e entrega ao luto?..................
Me Morte: Não. Não acho que se é feliz depois da vivência e aceitação do luto. Felicidade é um estado de espírito e o somos em muitas etapas da vida, de muitos fatores, menos na morte. A morte é triste em qualquer situação. O que acontece é que damos valor às pequenas coisas depois de vive-las. Aprendemos a falar dela sem traumas nem psicoses. As pessoas vivem melhor se essa fase da vida não as assusta. Ninguém nunca está preparado para morrer, nem se quer morrer em época alguma, seja gótico ou não, mas não falar dela, fingir que não existe, só torna as coisas mais difíceis. Morte é natural, então, mais natural que se saiba usá-la no bom sentido. Na literatura podemos falar de morte com ironia, com humor, com libido. Se o cinema conseguiu nos conquistar com esse tema, normal que tentemos nas letras também. Para mim morte se tornou um tema apaixonante na ficção, mas na vida real pretendo fazer o possível para que ela fique bem longe..................
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transanonymous: vc não acha que a vivência intensa de um luto pode ser a solução. para acabar com as ilusões do mundo e da felicidade burra?.
Me Morte: Eu não penso assim. Acho que depende do conceito de felicidade que cada um tem. Para mim felicidade está em me realizar, em ter prazer em acordar, ter expectativa de vida pessoal e ver meus familiares e amigos bem. Se passei por um luto intenso pela morte de alguém muito chegado, isso não faz de minha existência triste e vazia, ao contrário, me dá sonhos e a certeza de que tenho que lutar pelos meus ideais enquanto estou viva. Eu já perdi pai, mãe e irmãos. Isso não me faz uma pessoa fria e realista, ao contrário, luto para ser feliz com meu filho e fazer dele uma pessoa melhor com toda fantasia que temos direito. A paixão, a felicidade, o amor, tudo isso faz bem. Os que já foram já tiveram sua luta e sei que não seria do agrado deles que eu me condenasse a uma existência de tristeza e descrença. A vida é ruim lá fora, a violência, a prostituição infantil, as diferenças sociais, mas enquanto existir vida agente tem que batalhar pra que isso melhore. Sei que parece demagogia, mas enquanto se tenta melhorar algo a simples idéia atrai coisas boas. Eu batalho por tudo sozinha e me sinto bem assim. Já teve momentos em que tudo parecia sem solução, mas sempre consegui pular para uma fase melhor graças ao meu esforço. Tem coisa melhor que isso?.................
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transanonymous: então vc afirma que as perdas que teve te fizeram valorizar mais. a vida, ok? era mais ou menos isso o que eu queria dizer, acho que essa é a. felicidade verdadeira, ao contrário da felicidade burra... acho que o estudo e a. leitura ajudam muito também, o que vc acha? quais são seus autores. preferidos?..............
Me Morte: Eu gosto de Augusto dos Anjos, Alan Poe, Baudelaire, Ferreira Goulart, Fernando Pessoa, o arrojo do Marquês de Sade, mas não leio muito. São nomes que aprendi a admirar em alguma fase da vida. Eu li muito Machado de Assis, acho incrível seus romances e sua linguagem de época. Gosto de tudo um pouco, mas confesso que os poetas góticos inspiraram muito o meu trabalho aqui na internet. Acho até que foi por gostar tanto deles que surgiu a idéia dos concursos do Vale, unir a idéia de morte dos jovens com a riqueza dos gênios da literatura sombria. Eu acho que versar a morte nos ajuda a encarar as perdas, talvez nos faça mais preparados ou traga utilidade para nossas tristezas. Felicidade burra não existe, qualquer felicidade é proveitosa, nos faz bem, é um estado de espírito, seja com uma existência rica ou não, sempre é felicidade. Numa sociedade onde se vê tanta violência e adversidade, qualquer tipo de felicidade é bem-vinda. Eu me sinto feliz com minha história de vida, mas não acho que seja felicidade burra uma pessoa que nunca tenha encarado uma perda, em algum momento da vida ela vai ter que aprender a lidar com isso, a morte é inerente à condição humana, então que seja bem mais tarde. Eu acho é que cada um tem que ser feliz com sua história de vida, não temos tempo para lamúrias, a nossa estadia aqui é curta............
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transanonymous: mmmm pensei que vc estava me entendendo... mas acho que não Me. Morte... existe um método de terapia chamado psicodrama, já ouviu falar? Tenho. minhas divergências a respeito desse tipo de método mas, resumindo, a pessoa tem. que dramatizar problemas dela em público... ou seja, a exposição permanente. daquilo que ela se esforça pra esconder é a chave para um suave e "da paz". brainstorming... a pessoa sai da terapia atuando... em cima de sua própria dor... não raro existem queixas de perda de memória por parte de alguns dos "curados"... vc tem certeza que acha que vale a pena uma pessoa ser feliz através do. esquecimento de si mesma? ou através de roupas, dinheiro... enquanto o resto do. mundo passa fome? vc acha que vale a pena ser feliz através de. botox, shopping. centers, ilusões afetivas...? vc concorda com a felicidade de quem quer parecer. mais novo cada vez que fica mais velho? sinceramente isso pra mim não é. felicidade, é alegria datada, sem raízes... por isso insisti no assunto do luto, pois só o luto vivenciado intensamente acaba com as ilusões que fazem um monte de. gente fazer festa enquanto suas doenças, problemas mal-resolvidos, parasitismos. emocionais, enquanto tudo isso vai sendo mascarado as pessoas tentam continuar. fingindo que vai tudo bem, esse então é o seu tipo de felicidade? pensei que vc. fosse diferente, mas tudo bem... cada um cada um... fale mais sobre os concursos. do vale, já são sucesso, estou certo? Abração!!!..........
Me Morte: Não deturpe as minhas palavras e tampouco atribua a mim conceitos fantasiados pelo simples motivo de eu não concordar com sua opinião.Vou explicar mais uma vez: minha felicidade depende de muitos fatores; se eu e minha família estamos com saúde; se eu estou me realizando profissionalmente; se estou num bom momento literário; se ajudei um pouquinho meus pupilos, seja com conselhos ou materialmente; se estou ativa nas atividades sociais, que por sinal são muitas; se meu coração está em paz; se estou amando; se transei ontem; dentre outras coisas que não são "plástica, botox ou similares e tampouco demais coisas fúteis". Mas veja bem, eu SOU FELIZ com minhas definições de felicidade e isso não quer dizer que "minhas verdades" sejam as verdades das outras pessoas. Se os outros se sentem felizes com botox e futilidades eu RESPEITO. Não acho legal questionar as verdades dos outros e impor as minhas. Se eu acho que as crianças de rua precisam de atenção eu vou lá e dou a minha atenção dentro das minhas possibilidades. Não posso consertar o mundo, mas não perco meu tempo questionando as atitudes das pessoas, simplesmente tomo as minhas atitudes. Agora seja um bom anfitrião e releia as minhas respostas antes de interpretá-las a seu bel prazer. Os concursos começaram da minha necessidade de interação com os jovens góticos e simpatizantes aqui do orkut. Eu cansei do estereótipo de louca ou suicida que me atribuíam cada vez que me declarava sombria, literariamente falando. Também porque achava que o jovem devia descarregar sua carga de morbidez nos versos e para um aprimoramento, tanto da gramática quanto da criatividade, julguei que seria bem proveitoso que se tornassem periódicos. Eles deram certo e hoje a qualidade dos poemas concorrentes é de fazer inveja aos mais letrados. Eu me sinto orgulhosa a cada edição. .
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transanonymous: Me Morte, não sou anfitrião, sou intransvistador... estou lendo. com muita atenção suas respostas, não as estou deturpando muito menos as. fantasiando ao meu bel prazer... quem me dera... eu apenas dei-lhe exemplos dos. tipos de felicidade mais na moda... já que você disse que qualquer tipo de. felicidade é válida... portanto o comércio de ilusões também é válido, já que ele. não passou pela vivência intensa de um luto pra ser desacreditado, ok? ao. contrário de vc, eu não respeito nem um pouco pessoas fúteis, amo encontrar. oportunidade pra cuspir na cara de gente hipócrita... é ótimo se o sujeito leva. uma vida saudável, trepa, pratica esportes, tem dinheiro, ajuda os outros, realiza-se profissionalmente etc, mas, na falta de tudo isso, se ele não tiver. boa. fleuma vai perceber que seu eu interior continua pobre... pra entender. opiniões. alheias é preciso discutir, assim melhoramos tanto nosso ponto de vista. quanto. o de nosso interlocutor... agora, voltando a uma observação anterior, vc. é sexista?. Acho demais os concursos do vale das sombras, mais tarde comento a. respeito... abração!!!..........
Me morte: Ah! Você é intransvistador? É que eles costumam ser imparciais e tua postura era passional. Não sou sexista, sou uma pessoa verdadeira, odeio hipocrisia. Se acho sexo bom não escondo, digo e pratico. Odeio pessoas cheias de pudores, mas que na hora h gozam feito loucas. Eu assumo que gosto de sexo desde o pensamento pela manhã até a finalização do ato. Mas também sou contra sexo bizarro, nada de pedofilia, zoofilia e o escambau. Para mim sexo bom é feito a dois, heterossexual e com um parceiro a cada tempo, isto é, sou fiel a cada relacionamento vivido. Mas assumo que gosto muito de transar e isso eu transporto aos textos e versos.
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transanonymous: apareceram algumas palavras em hindu no pc... o que ficou. inteligível é que vc adora sexo, heterossexual, isso? o que achas do. para-jornalismo fictício?.............
Me Morte: Distorcendo de novo minhas palavras querido? Se você curte um homem eu o respeito, se alguma mulher curte sexo com mulher eu acho natural, até agora não manifestei minha opinião sobre preferências sexuais, mas tão somente manifestei MINHA preferência sexual. Adoro homem, odeio xana, mas se vc curte alguém do mesmo sexo que você eu dou a maior força, vai fundo. Sou da opinião que em sexo se deve fazer TÃO somente o que se gosta e, desde que vc goste, É MUITO SAUDÁVEL. Eu curto jornalismo inteligente, debates, crônicas atuais, ODEIO sensacionalismo. Se para ganhar audiência se usa SANGUE e notícias SENSACIONALISTAS ou MENTIROSAS, melhor seria que o repórter desse um tiro na cabeça em frente às câmeras, daria bem mais ibope, um incompetente a menos, que em vida só usou lucrar com a desgraça alheia.
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transanonymous: Me Morte, vc ganhou a oportunidade de tentar ser sexista. não. estou distorcendo nada do que vc fala... não estou corrigindo nem os seus erros. de português... [nota: corrigi alguns sim (eram muy graves)] acho que vc não. entendeu. o que eu disse anteriormente: algumas palavras ficaram indecifráveis. não. por sua causa e sim por causa da China, entendeu? esse intruso fator. impulsionou-me a. tentar esclarecer sua resposta... agora, pelo que vejo, vc é a. favor do. homossexualismo, mas não com vc, ok? não acho que repórteres devem se. suicidar em frente às câmeras... embora concorde com seu repúdio ao. sensacionalismo... venho diagnosticando-lhe (através do que vc já escreveu em. seus. contos também...) um certo prazer sádico, não necessariamente sexual. até. que. ponto, sem bizarrices, você acha que isso pode ser saudável?. abração!!!....................
Me Morte: Entendo, vc vem diagnosticando um certo prazer sádico em meus textos e respostas. Interessante. Por isso me convidou para essa intransvista? Até que ponto meu comportamento te incomoda? Não seria o caso de fazer uma análise em vez de intransvista? Acho que sua total insensibilidade para lidar com sentimentos que não sejam do seu agrado denotam um problema grave. Bom, quanto aos meus erros de português, pelo visto eles te incomodam também... A mim eles são normais, não me incomoda saber que vc os percebeu, ao contrário, adoro ver homens perdendo a cabeça assim, a ponto de tentar alfinetar uma mulher... Demonstra o quanto são fracos. E eu sou mais original, ao contrário da sua hipocrisia, te mando, não um abraço, mas "vá se foder". Da próxima vez em vez de um convite para intransvista seja franco e quem sabe eu te ajude no seu problema.........................
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transanonymous: ah Me Morte... o negócio tá ficando interessante... mina... quem. faz essa intransvista com você é uma consciência dispersa, transanônima. sou. um. cara tri sensível, ao vivo então, até poderia te seduzir... erros de. português. estão até numa tradução que eu estou lendo de Lírio do Vale, de. Balzac... no meu. blog, no Paulo Coelho...
+D.
a cultuada revista Coyote... vc é brigona na vida real também? já brigou feio na. rua? abração!!!.............
Me Morte: Já briguei por um lugar ao sol, por respeito no meu trabalho, brigo muito para ser reconhecida, literariamente claro, profissionalmente eu estou onde mereço, graças a meu gênio de batalhadora. Sou brigona sim, mas não brigo só por mim, brigo pelos outros também. Já denunciei bandidos, já peitei gente ruim, não tenho medo de morrer, assumo que sou barraqueira, mas pelo que acredito e para dormir tranquila, não engulo sapo... Me seduzir? Você não conseguiria, eu dou de dez a zero em ti nesse âmbito, mas sem orgulho ou falsa modéstia, é por experiência de vida mesmo. Enquanto vc fazia cocô nas fraldas eu já lutava para pôr comida na mesa. E me orgulho disso.
(e-mail seguinte) - É o seguinte Edson: Sou Mariângela Padilha, gaúcha, residente em Minas Gerais, dona do heterônimo Me Morte, registrado na Biblioteca Nacional, escritora, funcionária pública e cidadã cumpridora dos meus deveres e ciente dos meus direitos. Tudo isso para dizer que NÃO AUTORIZO a publicação de nenhuma linha do que escrevi e que a intransvista se encerra aqui. Motivo: relendo percebo que as perguntas estão sendo conduzidas de maneira sensacionalista, fato esse que venho combatendo com todas as forças há anos no jornalismo, tanto impresso quanto televisivo. Agradeço a oportunidade, mas não preciso disso. Abraços, Mariângela ( Me)
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transanonymous: não tava sensacionalista... é uma boa divulgação do seu nome. que. se confunde com a falsa propagação, tanto é que, adversivamente passional, estou. permitindo que dialogues comigo também, desde o começo o clima ficou de. bate papo, se partiu pro barraco foi coisa espontânea, juro; admiro tanto seu. trabalho contra. a pedofilia e o apoio que concedes em nome dos desaparecidos, seu. incentivo a. novos escritores, seus contos (como aquele último engraçadíssimo do. cara que se. corta na garrafa); podes crer que tou aqui pra trocar algo, idéias, gostos, opiniaums, podemos divergir dum monte de coisa, mas isso só vem a. colaborar com. nosso fortalecimento intelectual... não sou melhor do que vc por. ter dito qualquer. coisa que a tenha ofendido. vâmo?. abração!!!..........................
Me Morte: cara que se corta na garrafa? cara, vc bebeu??? ahahahahahaha faça como quiser, vai ouvir falar de mim... abraços
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transanonymous: por que a, também alegre, mudança de um porto para um pouso? pensei o contrário... que tu era mineira e morava em porto... como é aí?
Quanto tempo faz que tenta comer quieta? hehehe... abração!!! .........

Me Morte (via mensagens de orkut): Ta rolando pela net uma suposta "intransvista" da Me Morte, uma montagem grosseira feita por um cara sem talento, que quer pegar carona no sucesso da Mezinha aqui (não digo quem é para não dar audiência a mau caráter). NÃO É VERDADE! A única intransvista que dei foi para o Bar do Escritor no ano passado (a outra é balela)..............Não dê audiência para sensacionalistas baratos, leia somente jornalismo sério. Beijos Me Morte
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12/08/2008

contatos imediatos de musa virtual

Aquele dia de céu gelado não pôde trazer o sono. Depois de quase 30h ON, hipotética porém favorável se fez a benfazeja alternativa de baixar ânimos na sessaum; considere que eu e Rick ainda sentíamos efeitos da rave quando o palestrante decidiu suspender adivinhações.

- Quando eu vejo que a pessoa é assim meio de lua eu já vou me afastando.
- Você viu a chuva de estrelas?

Se brilhantes guampas vermelhas, ereções por telepatia, desapegos materiais e anseios por fama pudessem esconder uma diva que só Elis Regina viria a descobrir em frente a reminiscente telefunken, mais tarde seria de bom senso que os desencarnados da mesa branca tornassem mais leves certos ombros senis, porque pra acompanhar conosco um esquecimento que a morte não eclipsou, atravessando antecâmara de paredes de madeira azul-claro-antigo, não apenas Bette Davis e super-sensorialidades aprovaram a fidelidade da caracterização. A mina era tão convincente que de repente, mais do que de repente, segundo Gil, estava ali de novo rindo tão bem como uma preta-velha apenas para no momento seguinte fechar a cara e logo portar-se duma não-sou-boba maneira sisuda. Acabei não tomando passe, custei pra acreditar na fascinação daqueles olhos semi-ancestrais, alguns encostos até tentaram me advertir de que a memória visual dos fantasmas famosos só pode inflar-se de novo sopro nas condições atmosféricas dum bafo de embebida vida, em vinho - semi-sangrenta vulnerabilidade tesuda perante beleza do homem que faça a cantora revelar-se controladamente. Denotando toda dramaticidade do papel, segundo Sandy, esse temperamento "forte e grande como o mar, frágil e menor que um aquário" conquistou ator amador, pois veja bem, para ver o televisivo programa até o fim ele sentiu-se não só hipnotizado: também foi o último a deixar o centro espírita.

Não foi muito tempo depois desse episódio que estreou o céu que, de Elis, migrou para Sueli, depois à própria Hermila Guedes. De nova maneira visceral ela vinha de São Paulo com cabelo metade bom/metade ruim. No nordeste, pela primeira vez vi seus fartos seios, que lembram os de uma gestante. O clima do filme permitia que ela controlasse o rumo das atenções: despistou cozinheiro safado em sua decidida e final fuga #2 a Porto Alegre. Apesar da sugestiva proximidade, foi no Orkut que enviei-lhe depoimento. Ela disse ser apenas uma pessoa a mais, que singela... me deletou.

- Gentchy posso beber, não? Fumar um cigarro? Eu tenho que me controlar, soy muy auténtica...

Enquanto pude ver ao vivo aqueles olhos sangrentos no Angu de mesmo teor, foi difícil conter meu assanhamento, a mina saía dum casulo preto e não demorou pra interromper a leitura do jornal e me atirar um sapato... Ali! Na minha frente! Que delícia... Decote não tão profundo, mas olhos ainda tesudos, a bunda mais notável pelos culotes que pela retaguarda, mas as pernas gostosas. Muribeca não hesitou: saiu de sua geladeira-mocó e ofereceu-me um pedaço de coxa de galinha. Servido?... Sessaum missing abba versus pedicure´s: sozinha em seu apê, a bicha nostálgica declara que em seu tempo passeata gay era desfile militar antes que Gheuza faça unhas chulezentas e, ameaçadoramente, aponte o brilhante metal de seu alicate à platéia... Sessaum corazón partido: cheia de amor Hermila volta e diz que sempre dá, deu e dará, opa! ato falho, a Dar Luz era a Gheuza?

Meu amor impossível cantou, ofereceu bebê no trânsito, e com sua trupe fez comentários nada educados no show da indiferença perante a morte dum cara na rua...
A peça mostrou dez pequenas estórias que foram do lírico ao chocante. Os atores, fantásticos.
Rick bem que incentivou: chega na mina mano... O tímido patético se contentava em ficar seguindo o perfume dos cabelos da guria, que poético... Eu, um cara impulsivo, no mundo real achei o ardido cheiro de sua pele não suficiente, mas coragem pra cantada que era bom...
..:[
Talvez PF e pedófilos tenham criado aqueles perfis-fake no popular site de relacionamento, caso contrário Hermila não teria lamentado por eu não tê-la abordado na vida real... Que furada minha mano... Entre nós o diretor da peça, Marcondes Lima, no porão, assistindo outra peça do festival de grupos de teatro latino-americano. A mina soltou alta e sincera gargalhada semi-nervosa no exato momento dum também meu semi-nervoso e deplorável suspiro perante suicídio dum dos personagens d´A Gaivota.
Na demonstração de trampos finalmente conheci o figuraça Marcelino Freire. Igual à Hermila, ele olhou bem no fundo do meu olho, só que daê disse que escreve pra se vingar por não ter sido ator... Me apaixonei de cara! humpf humpf... Agora ele diz que aproveita a onda literária árabe pra lançar seu aguardado mar que arrebenta. Me inspirei nuns contos dele pra criar um monólogo da Augusta - travesti escritora que abandona seu grupo de teatro pra retirar-se espiritualmente.

E a Hermila... ah... não sei se vou ter outra chance meu... Agora ela tá aí na novela das seis, atrás dum ocó...

Ainda somos os mesmos, mas parece que o cadáver da Elis pára de feder em nome dos contatos imediatos da minha musa virtual, para que eu lembre apenas do quente odor dessa presença...
Uma brilhante carreira está garantida.

26/07/2008

floricultura

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I

Estava de fadiga.

Finda a última garfada, estava em mascarado alvoroço pós-rango batido sob a babel dos encaixes de sensações, suspensas adivinhações.

Enquanto tirava cascas de feijão do incisivo direito, estava sutilmente arrotando: mesmo engolindo mais vozes do que o virado à paulista, luziu-lhe resquício da felicidade cerebral.

 Desde a ensolarada alvorada ela cogitou, indiscriminadamente, a possibilidade de doar o axé necessário àquela tocante memória que fez Éfe Agacê chorar perante as câmeras da TV. Não só um passado glamourizado, mas também seu altruísmo inquiria uma cara enciclopedização de costumes que enfim pudesse desvestir amarguras nesses estabelecimentos com cheiro de coisa chic e/ou casas de ópio, cemitérios... Pudesse ela adquirir a firme certeza de que a fluidez de sua vida estava cerca de 86% não-encerrada e a derradeira catalogação dos íntimos encantos seria um prazeroso exercício. Em nome dos refugos de seus mergulhos de laboratorial inconsciência, como derradeiro mote, ela propunha outorgar a alegria geral da galëre oriunda de comunidades solidárias - às quais estava fielmente vinculada. Sem acontecimentos trágicos, sem doloroso, mas sim acalentador sacrifício.

A desexpirar o fôlego ansiado ela dirigiu-se ao banheiro, fez xixi, escovou os dentes, retirou da mochila seu singelo frasco de perfume francês, espargiu o conteúdo sobre os seios, lançou dous beijinhos à caricatura refletida no espelho de bordas semi-emboloradas, arrumou os longos e chamativos cabelos ruivos, apertou o espartilho, deu descarga e, sem pensar três vezes, retirou-se pra botar em prática boa parte do aprendizado de seu consolo. Os mais pios intentos tentaram proteger-se exercendo o aprendizado das aulas de teatro, aferroando-se a semáforos, placas de endereços, nomes de boteco, cartazes de poesia em postes, árvores, nuvens, enfim, tudo o que se colocasse o mais longe possível de seu caminho seria o ideal para que sua cara de asfixiada não se deparasse com insolícitas presenças monstruosas...Cerca de 15 minutos depois da jornada de sinalização, ela chega ao recinto, tentando controlar a emoção, de fininho... (é a primeira vez que entra). Como uma aparição, surge o desejo de sua corrente do bem:


- Errr... com licença, precisa de ajuda?
- É... hihih... pode ser... é que... tipo assim... é... faz um tempo que eu passo aqui em frente e...
- Eu sei...
- ...Hihihih ai que vergonha...
- Calma mocinha....
- Bom... eh... eu queria saber mais sobre seu mundo...
- Sei...
- Bom... é que... sabe... meu freqüenciador de compreensões anda desregulado...
- Como é que é? (FINALMENTE, O OUTRO)...
- Ai... deixa eu te explicar... uso o método dalcroze... quer conferir?
- Ah... pare com isso menina...
- ...preciso impregnar à minha vida o odor ideal dos atavismos da minha paixão...

Ruth Blumenstrauss percebe-lhe a ofegância nervosa e antecipa:

- Ok querida, pelo jeito tens complexidade de sobra... Sei do que precisas...
- É mesmo? Não é sexo não, pode ter certeza...
- Não estou afirmando isso... pode falar o que quer, se quiser...
- Hihihih ai... tá bem... É que... bom, desde que eu virei atriz que minhas retinas não agridem-se apenas perante flores, passarinhos, borboletas amarelas...

Ruth Blumenstrauss ganha um ar pensativo, um olho direito clínico... mas logo retorna ao mundo dos vivos questionamentos filosóficos, desfranzindo o cenho:

- Qual seu signo?
- Escorpião...
- Mmmmmm...
- Esperei tanto por esse momento...

Inesperadamente Xexereguns beija-lhe as mãos, diz que é admiradora do trabajo caridoso que ela fez em nome da aculturação dos japoneses, e lamenta por não ter comparecido à missa. Ruth delicadamente inverte a posição de suas mãos de maneira que possa analisar a destra de Xexereguns:

- Sabe querida, entendo perfeitamente sua cabecinha, vivemos num mundo sadomasoquista, e isso se aplica a algumas conflituosas relações sociais, familiares, desportivas, midiáticas... até alguns animais gostam de ver o sofrimento alheio. A vida impõe duras regras a espíritos epicuristas, humanistas... Sua flor é a íris...
- Ai (ESPANTO). Como você adivinhou?! Pelos traços da minha mão neh?
- É queridinha... vejo que sua missão é falar a verdade, mesmo que por linhas tortas, usando neo-palavras... O significado principal da íris no horóscopo das flores é a mensagem... se você recebê-la dum pretendente ou namoradinho é porque ele tá querendo te falar algo, sacas? Assim é provável que haja um bilhetinho com a flor... ok? Venha comigo...
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- ...Alguns confundem com o lírio, e além de ser o nome dado ao colorido que circunda as pupilas, e de certa variedade de pedras preciosas, Íris é também o nome duma flor da temporada primavera-verão, de grande beleza e suave fragrância...
- Ai que nitidez de cores!
- É verdade, sabia que ela também é conhecida como flor-de-lis?
- Nops...
- É... ela está em muitos versos, embora alguns autores não tenham conhecido suas versões híbridas... Todavia vou recitar o poema de um que as conheceu, ouça:




"Uma flor rara, tão bela e floriu;
da amizade surgiu uma mulher jovem,
bonita, humilde de sentimentos,
humana e amiga.
Ambas do mesmo nome de nascimento,
tão belas que são e raras,
com quatro letrinhas apenas;
um nome de mulher
e uma flor; ÍRIS!
Por seres minha amiga,
conselheira dedicada."
Zezinho Mota






- Ai que lindo, Ruth...
- Também acho... o poeta brasileiro abstraiu a Iris germanica, da família Iridaceae - que dizem ser nativa da Europa e Mediterrâneo -. Ela foi o emblema da França desde o século XII e das casas reais com origem francesa, como os Borbões.
Há muitos anos, a íris ou flor-de-lis era desenhada nas cartas náuticas para indicar o norte na rosa dos ventos. Ao observar estas cartas, chegou-se à conclusão de que a flor representava o sentido de direção e era este o estrito significado que ela idealizava para o escotismo. Suas flores podem ser azul, púrpura, branca ou amarela, florescendo em regiões digamos que... mais frias, pois assim a floração fica mais intensa, seja em pleno sol ou meia-sombra. De herbácea rizomatosa perene, utilizada em bordaduras ou maciços, formando canteiros, como ela é delicadinha, precisa crescer num solo arenoso - com boa drenagem - e organicamente rico, tipo em jardins, canteiros... Você deve regá-la umas duas vezes por semana. O porte varia de 30 a 60 cm, a propagação se dá por divisão da planta (divisão de rizomas)...
- Que interessante.
- ...Na Atlântida essa flor era o símbolo do trabalho e da dedicação...
- Mmmmmm... (TENHO UM AMIGO QUE VAI GOSTAR DE SABER DISSO).
- As pessoas nascidas sob o signo de íris tendem a ser esforçadas e podem se sair muito bem em cargos de liderança, pois sabem exercer o poder sem resvalar para o autoritarismo. Dotadas de uma intuição apurada e de uma inteligência aguda, são capazes de captar as verdades que se ocultam muito além das aparências. Persuasivas, quase sempre convencem os outros a fazer exatamente aquilo que elas querem. Embora pareçam acessíveis e extrovertidas sabem guardar muito bem os próprios sentimentos e desejos;...
- Hihih.
- ...têm horror a conflitos e sempre optam pelo caminho do entendimento e da conciliação. Até Van Gogh já pintou a flor... Significava vida e ressurreição no antigo Egito e aparece nos muros do salão do trono do palácio de Knosos, na antiga Creta... ah... tem tanta história...
- Pode falar mais resumidamente...
- Ok captei a mensagem negrinha, sente-se por favor... mmmmm, bem garota, variemos, venha comigo... veja só... Essa outra aqui é a flor nacional da Turquia e do Irã, também é o nome do asteróide 1095 e de um tipo de chopp e a taça em que é servido. Mas você se interessa por minha floricultura particular?
- Também... Você é uma senhora educada...
- Bom, depois conversaremos sobre isso, agora vou te contar a história de uma flor cultivada em Holambra, a Tulipa - também do gênero angiosperma, é da família das liláceas, tem cerca de 100 espécies conhecidas, surge com uma haste ereta e sua única flor é formada por seis pétalas. Existem muitas variedades híbridas também. Se o local de plantio não for em local de clima frio, recomenda-se misturar 2 ou três cubos de gelo ao solo para diminuir o calor das raízes, isso fará com que os botões durem mais. O bulbo contém alcalóides termoestáveis e cristais de oxalado de cálcio - manipulados liberam um pó que pode provocar conjutivites, rinites e até crises de asma. Elas são originárias da Ásia Central e não dos Países Baixos, com pensa a maioria. Foram levadas pra Holanda em 1560 por um botânico (chegou a ser a quarta maior fonte de renda do país). O nome da flor foi inspirado na palavra turco-otomana tülbend, posteriormente afrancesada para tulipe, que originalmente significa turbante, considerando a forma da flor invertida. Algumas referências defendem que as tulipas seriam originárias da China, de onde foram levadas para as montanhas do Cáucaso e para a Pérsia. Tem uma estória interessante sobre a tulipa negra que jo me lembro também (a que se conhece hoje em dia não chega a ser negra e sim arroxeada...)
- Ai fala então...
- Jah jah... primeiro gostaria de adverti-la sobre os efeitos do pólen da tulipa africana...
- Ai... (MEDO).

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- [Flores caídas da tulipa africana ou Espatódia ou Bisnagueira, planta originária da África (Spathodia campanulata, Bignoniaceae) que foi muito utilizada na arborização urbana no Brasil, especialmente em Brasília, onde floresce o ano inteiro, com ênfase nos meses de novembro e dezembro. Porém está sendo gradativamente
erradicada e substituída pois as suas flores possuem pólen tóxico que envenena e mata abelhas e outros insetos, ou no mínimo embriaga beija-flores e cambacicas. É até cômico ver os pássaros voando "cambaleantes". Mas eles, bêbados, pousam em qualquer ponto e ficam presa fácil. Ainda bem que têm memória e não repetem a experiência.]

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- (Era comum ouvir-se falar na tulipa negra, uma flor rara e preciosa. Segundo uma lenda persa, uma moça chamada Ferhad apaixonou-se por um rapaz chamado Shirin. Vendo seu amor rejeitado, Ferhad fugiu para o deserto. Ao chorar de saudades e tristeza, cada uma de suas lágrimas, ao tocar a areia, transformou-se em uma linda tulipa.)
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Para o cultivo, deve-se evitar ventos e sol forte. Se recebê-la de um pretendente, saiba o significado de cada uma...
- Diga então...
- Aceita um cafezinho primeiro?.
- Tem cigarro?.
- É do Paraguai...
- Blz... n00b problems...
- Bom menina... nem sei seu nome ainda!...
- E você ainda não me disse seu signo hihih... qual é?.
- Virgem...
- Ok hihih... sou a Xexereguns, encantada... vc é a Ruth Blumenstrauss ok? Posso te entrevistar?.
- Em princípio acho preferível atermos-nos aos significados da flor: Tulipa Amarela - amor sem esperança; Tulipa vermelha - declaração de amor; Tulipa pintalgada - belos olhos. Ok?
- Yeah...
- Bom... Agora variemos, vamos para a... (continua...)